Chiado e Estilo
A importância da noção de Estilo na construção do Chiado de Siza
2018
A · Escritos

Nesse sentido, a investigação partiu de premissas, outras, que não as habituais teorias de intervenção no património, uma vez que estas nos pareciam entrar num campo de especialização da disciplina, a que não aderimos particularmente e que, inclusivamente, não interessariam ao próprio autor do projecto. A História adquire na tese um valor documental que se constitui como pano de fundo para a construção de um ponto de vista sobre o Chiado (antes e depois de Siza).
Este trabalho centra-se, assim, no processo de criação, partindo de uma reflexão operativa de Goethe, a prósito da criação da obra de arte, que, transportada para o campo da arquitectura, nos permite pensar e interpretar a intervenção de Siza no contexto pombalino.
A importância da noção de estilo, como se pode observar em José-Augusto França, não é nova a propósito da compreensão do projecto do Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755, para a Baixa de Lisboa. O que esta tese propõe é alargar a simples noção de estilo a uma ideia mais vasta, como a proposta por Goethe em "Simples imitação, maneira e estilo", colocando-a à prova no Chiado de Siza.
O “estilo pombalino”, enquadrado na história dos estilos, e o Estilo, na acepção de Goethe (e de outros autores afins), constituem, aparentemente, duas vias distintas que, no projecto pombalino, e na interpretação que Siza faz dele, nos parecem convergir. A investigação que aqui propomos tenta dar resposta a esta problemática convocando a lição do Chiado de Siza, uma obra exemplar (no sentido de referência), onde o autor parece desenvolver esta mesma investigação através da prática projectual, ou seja, da arquitectura e seus problemas.
