Joana Couceiro et al.
Arquitecta, investigadora, professora e ensaísta

Chiado e Estilo
A importância da noção de Estilo na construção do Chiado de Siza

2018

A · Escritos

|Fig.| Imagem de abertura da Tese, Cortesia de Tiago Casanova
Joana Couceiro, Sumário da Tese A presente tese constitui-se como um estudo interpretativo, no campo da teoria de projecto, da intervenção de Álvaro Siza no Chiado, em Lisboa, depois do incêndio de 1988,  através da formulação de um problema concreto que o próprio título denuncia: a importância da noção de Estilo na construção do Chiado de Siza.
Nesse sentido, a investigação partiu de premissas, outras, que não as habituais teorias de intervenção no património, uma vez que estas nos pareciam entrar num campo de especialização da disciplina, a que não aderimos particularmente e que, inclusivamente, não interessariam ao próprio autor do projecto. A História adquire na tese um valor documental que se constitui como pano de fundo para a construção de um ponto de vista sobre o Chiado (antes e depois de Siza).
Este trabalho centra-se, assim, no processo de criação, partindo de uma reflexão operativa de Goethe, a prósito da criação da obra de arte, que, transportada para o campo da arquitectura, nos permite pensar e interpretar a intervenção de Siza no contexto pombalino.
A importância da noção de estilo, como se pode observar em José-Augusto França, não é nova a propósito da compreensão do projecto do Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755, para a Baixa de Lisboa. O que esta tese propõe é alargar a simples noção de estilo a uma ideia mais vasta, como a proposta por Goethe em "Simples imitação, maneira e estilo", colocando-a à prova no Chiado de Siza.
O “estilo pombalino”, enquadrado na história dos estilos, e o Estilo, na acepção de Goethe (e de outros autores afins), constituem, aparentemente, duas vias distintas que, no projecto pombalino, e na interpretação que Siza faz dele, nos parecem convergir. A investigação que aqui propomos tenta dar resposta a esta problemática convocando a lição do Chiado de Siza, uma obra exemplar (no sentido de referência), onde o autor parece desenvolver esta mesma investigação através da prática projectual, ou seja, da arquitectura e seus problemas.
|Fig.|